sábado, 9 de outubro de 2010

Afectividade e Aprendizagem (I)

“As emoções, são a exteriorização da afectividade. As relações que elas tornam possíveis afinam os seus meios de expressão, e fazem deles instrumentos de sociabilidade cada vez mais especializados. (Wallon)


O desenvolvimento humano não se relaciona apenas aos aspectos cognitivos, mas também e principalmente aos aspectos afectivos.
O ser humano necessita de ser ouvido, acolhido e valorizado, aspectos que contribuem para a construção da sua auto-estima, para que se sinta confiante e para enfrentar os diversos desafios da vida.
As diversas correntes pedagógicas reconhecem a importância da afectividade, face às actividades cognitivas, e defendem que afectividade e inteligência se fundem: a consciência afectiva dá origem à actividade cognitiva.
A afectividade é necessária na formação de pessoas felizes, éticas, seguras e capazes de conviver com o mundo que as rodeia, em virtude exercer um papel fundamental no desenvolvimento da personalidade humana.
A afectividade funciona, por assim dizer, como sendo as emoções, os desejos, o “interesse” e a “vontade” impulsionadores da conduta, ou seja, as estruturas que a criança dispõe para agir perante as funções cognitivas ou, dito de outra forma, os suportes das acções.
Uma boa relação afectiva entre pais e filhos é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças, ajudando-as a evitar comportamentos problemáticos, inclusive a violência e a delinquência. Um relacionamento afectivo adequado, onde o diálogo franco e sincero predomine, possibilita um desenvolvimento e uma formação de qualidade e uma ligação positiva com a vida.
A comunicação desempenha um papel essencial nesta relação, já que, uma boa comunicação promove a aproximação, a confiança e a afectividade entre pais e filhos. É através dela que as necessidades são avaliadas e satisfeitas, e que os valores e os limites são colocados, reflectidos e respeitados, auxiliando os filhos a tornarem-se pessoas conscientes e livres, capazes de amar e de serem amados, de pensarem por si e responsabilizarem-se por seus actos, podendo por isso explorar o mundo com maior segurança. Infelizmente esta boa comunicação nem sempre acontece, especialmente na adolescência, existindo, por vezes, excessos de autoridade o que conduz a comportamentos de rebeldia.

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