quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Projecto educacional para actividades de tempos livres das crianças (V)

O Clube de Aventuras apresentado, perspectiva inovadora para a vivência dos tempos livres das crianças, necessita para poder contribuir globalmente para o desenvolvimento harmonioso daquelas, do seguinte:
§  Animadores com formação específica;
§  Espaços adequados;
§  Convergência Escola/Família/Comunidade.
Durante muitos anos considerou-se que para se ensinar a criança, bastava saber-se ler, escrever e contar. Hoje é reconhecido que as Educadoras de Infância e os Professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, deverão ter uma formação superior ao nível da licenciatura.
            De igual modo, para o acompanhamento das actividades de tempos livres das crianças, torna-se necessário a presença de técnicos com formação adequada, de preferência de nível superior, com conhecimentos de psicologia do desenvolvimento, bem como conhecimentos práticos no campo da animação socioeducativa, com capacidade de intervenção no meio tendo em atenção a autonomia e a liberdade da criança.
Para que o Clube de Aventuras possa funcionar nos moldes apresentados, contribuindo como factor fundamental, na formação e educação da criança, é igualmente importante a modificação de mentalidades para que se entenda, que o brincar não é perda de tempo, de que o jogar é aprender, que o construir, o experimentar e inventar são elementos ricos, importantes e fundamentais para o desenvolvimento da aprendizagem.
            A escola terá cada vez mais de se capacitar de que não é única na vida da criança; terá que ter em atenção a sobrecarga dos chamados "deveres escolares" e que, mais importante que estes deveres é o tempo que a criança necessita para as suas brincadeiras, jogos e aventuras.                                                                                                                             
            Igualmente a família e a comunidade em geral, deverão valorizar o tempo livre. Afirmações do tipo " só queres brincar ", "não é a brincar que aprendes a ser homem (ou mulher) ", em nada contribuem para o enriquecimento da criança e para a implementação do Clube de Aventuras.
            Igualmente a desconfiança em professores, educadores e animadores quando estes "liberalizam" o tempo livre, se torna prejudicial e condicionante ao desenvolvimento harmonioso.
            Pelo que ficou exposto poder-se-á depreender que, como projecto inovador que é, esta forma de encarar os tempos livres das crianças conta alguns obstáculos/resistências, de entre os quais se salienta o facto de ainda poucas pessoas encararam o tempo livre como algo da própria criança e que tem que ser gerido por ela. Há o perigo de se confundir tempos livres com actividades paralelas à escola, perigo que poderá surgir se os animadores destes Clubes de Aventuras não estiverem preparados para enfrentar a tentativa constante por parte dos encarregados de educação de os transformarem em "explicadores" e os instrumentalizarem no sentido do espectáculo e dos "floreados" em que os adultos são mestres, fazendo constantemente das crianças "cãezinhos amestrados".              
            Ao terminar referiremos que a criança é, por natureza, criadora estando repleta de impulsos, tensões, de sensações, de sentimentos, desejos, necessitando de se expandir livremente. Ao observarmos uma criança que participa em actividades de tempos livres, constamos que ela é essencialmente expressiva e criadora. Ao possibilitar-se meios para que a criança actue livremente e a motivação remova a situação inibitória inicial é como se se abrisse a porta para a saída de tudo aquilo que estava acumulado no íntimo do seu ser.
Quanto ao aproveitamento escolar, o mesmo aumenta significativamente sempre que a criança tem oportunidade de participar em actividades lúdicas com frequência. É no entanto um facto que, que ainda se tem que aprender muito acerca das relações entre a actividade lúdica e o desenvolvimento sócio-intelectual da criança.

Depois da animadora do CA ter contado a história de “Joga e a Rainha do Castelo Encantado” perguntou:
-         Que vamos fazer agora?
-         Vamos fazer um jogo de pista – disse o Pedro do grupo dos “Valentões”.
-         A caça ao tesouro! – quase gritou a Beatriz.
-         O nosso grupo – disse a Joana – prepara o jogo.
-         Muito bem – disse a animadora. Mas como será o jogo?
-         Bem tem que ter um pista secreta, um mapa, mensagens e... um tesouro escondido! – disse com entusiasmo o Francisco.
O entusiasmo do Francisco era o mesmo que estava estampado no rosto dos restantes colegas e...

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