domingo, 6 de fevereiro de 2011

A criança, as artes e a aprendizagem

            A criança manifesta-se através do movimento corporal, da voz, do som, da palavra, da imagem, pelo que há que criar condições para que ela se exprima espontaneamente e se desenvolva naturalmente de acordo com as suas capacidades emotivas, físicas e intelectuais, exprimindo as suas naturais sensações corporais, sentimentos, desejos, curiosidades, ideias, experiências e todo um conjunto de factos emotivos que transporta consigo.
Por outro lado é através do estudo e compreensão dessas actividades que se poderá cada vez melhor, conhecer o mundo da criança.
É conhecida a facilidade da aprendizagem das línguas, das literaturas, da história, pelas dramatizações e que estas ajudam ainda a criança no seu processo de desenvolvimento pondo em jogo a sua expressividade, a sua criatividade e a sua consciência de valores, ao mesmo tempo que ajudam no relacionamento social, facilitando ao educador o conhecimento das diferentes manifestações da personalidade e adaptação ao meio. Por outro lado também se reconhece a importância da expressão plástica na aprendizagem da leitura e da escrita, bem como a do jogo como sendo o melhor meio de formação e o melhor veículo para favorecer a maturação de capacidades fisiológicas e sensoriais, possibilitando o desenvolvimento da observação, da atenção, da memória, do vocabulário, da imaginação... A expressão musical leva a criança a adquirir as aptidões necessárias para uma boa aprendizagem e ajuda-a a vencer a inércia bem como lhe desenvolve a capacidade de observação e o espírito crítico, para além de outros aspectos igualmente importantes.
Durante largos anos, a educação esteve mais preocupada com a adaptação do indivíduo ao meio social do que à sua capacidade de intervenção ou de iniciativa nesse mesmo meio, e assim, aquela educação foi sendo concebida como um processo destinado a formar e a fortalecer a capacidade de raciocínio em claro detrimento de formas de expressão mais espontâneas. A lógica deste procedimento tinha por base de que era através do chamado pensamento racional que o humano podia dominar não só o meio em que vivia como igualmente a si próprio.
Hoje admite-se que não é possível caminhar correctamente sem que ambos os membros estejam de perfeita saúde. Hoje o subconsciente é admitido com sendo de extrema importância para ficar recalcado. Sabe-se igualmente que existem energias latentes que têm necessidade de ser expandidas e que tal só é possível em condições aceitáveis tendo por base a actividade lúdica.
Contribuir para o "crescimento" do indivíduo tornando-o simultaneamente criativo e atento à criatividade dos que o rodeiam, é uma das principais metas do livre brincar e jogar e a conseguir pelas actividades de tempos livres. E isto porque ao tornar-se criativo, o indivíduo desenvolve qualidades essenciais e indispensáveis ao diálogo como a sensibilidade, a receptividade, a inteligência, a transparência lúcida, a fluidez e mobilidade de pensamento, a par do poder de análise, de síntese, de reflexão crítica, imaginação e, como não podia deixar de ser, do prazer na descoberta.
Podemos ainda acrescentar que a expressão criadora é a forma pessoal de cada um devolver ao exterior as impressões que capta do meio. Assim sendo é de extrema pertinência estimular as crianças para a utilização plena dos seus sentidos, proporcionando-lhe simultaneamente a utilização dos mais diversos meios de expressão.

1 comentário:

  1. Muitos Parabens.

    é o melhor site que alguma vez encontrei.

    Está excelente, continue

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