sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

As lágrimas e as emoções

“Também as lágrimas têm o peso da voz.” (Ovídio)

Confesso que não “morro de amores” por lágrimas! Doem-me, venham de quem vierem (mesmo as chamadas “lágrimas de crocodilo”.
         O significado funcional das lágrimas emocionais tem confundido os biólogos há anos. As novas descobertas sugerem que a composição química das lágrimas emocionais é diferente da composição das lágrimas comuns, usadas pelo organismo para proteger os olhos. A lágrima é um dos "líquidos" mais expressivos e inteligentemente “inserido” no ser humano. Além de proteger, lubrificar, limpar os nossos olhos, ser cicatrizante, anticéptico…, também serve para "lubrificar e aquietar a nossa alma".
Os especialistas em saúde mental alertam para o facto de que, ignorar as lágrimas das crianças, pode causar prejuízos e danos sérios no cérebro podendo originar neuroses e problemas emocionais não só quando se é criança mas mesmo ao longo da vida.
Dizem esses especialistas que os pais não deveriam nunca tentar persuadir os seus filhos de parar de sentir alguma emoção, nomeadamente, quando o fazem através do choro.
(Está combinado filho: a partir de agora podes chorar à vontade que o pai não vai ficar aflito, pois sei que chorar é importante para o teu desenvolvimento).
Os pais e os educadores bem gostariam que as crianças não chorassem, não gritasse, não fizessem birras ou seja, gostariam que não manifestassem, desta forma, as suas emoções.
Mas o que as crianças têm de mais precioso são os seus afectos pois é nestes que reside “o seu sentimento de identidade, a sensação da sua própria existência (…) o medo ajuda-nos a prepara-nos a protegermo-nos; a tristeza acompanha os lutos; a alegria é expansão, dinamiza-nos; a cólera define os nossos limites, os nossos direitos, o nosso espaço a nossa integridade e com ela reagimos à frustração; o amor liga-nos ao outro ”(Filliozat).
Se a criança está angustiada tem que reduzir a sua sensação de incómodo, e tem que ser levada a sério ou seja a “suas lágrimas” têm de ser levadas a sério, porque chorar, gritar, tremer não é mais que “medicamentos” para as inevitáveis tensões da vida.
Assim, para um desenvolvimento harmonioso da criança, não tente mudar as suas emoções, mesmo que ache que essas emoções são extremas e irracionais. Por outro lado não as minimize: mostre através do toque, do tom de voz e expressões faciais que entende a intensidade e a qualidade daquilo porque está passar, devendo o seu apoio ser de uma forma agradável e calma, abraçando-a pois o toque é vital para acalmar e suavizar uma criança.
Tenha presente que a “fluidez emocional garante a saúde psíquica”.
(Eu sei filho que as nossas emoções são de grande utilidade e são o garante da nossa consciência de Ser, portanto filho, CHORA que o pai não vai mais dizer-te: “não chores mais,” porque chorar não é uma fraqueza mas sim uma resposta natural e inata do ser humano face ao sofrimento de dor, medo, tristeza, raiva, vergonha, tristeza, desespero…).

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