sábado, 20 de novembro de 2010

O papel da educação

Penso que já é um lugar-comum afirmar-se que o mundo está a enfrentar uma profunda crise que afecta a nossa vida nas suas múltiplas dimensões: saúde, meio ambiente, relações sociais, economia, política, educação, tecnologia...
Tal crise exige um Homem integral, ou seja, um cidadão autónomo, crítico e criador capaz de construir uma sociedade moderna e democrática, de homens livres e de cidadãos conscientes. Só esse Homem será capaz de assumir a responsabilidade de realizar uma profunda transformação na sua relação com o planeta Terra e com todos os homens. Na verdade, a possibilidade de transformação é a possibilidade da própria vida.
Por cidadão entende-se aquele que participa na vida comunitária, cumprindo os seus deveres, exigindo os seus direitos, usufruindo dos seus espaços, questionando os seus valores, construindo, enfim, uma sociedade mais justa, mais solidária, mais humana.
Esse cidadão deverá ser educado e formado para ser autónomo, do ponto de vista moral, o que significa ser capaz de agir a partir de valores morais, conscientemente assumidos como os mais correctos; para ser crítico o que significa saber discernir o que é significativo em cada situação, para poder optar pelo melhor caminho na construção de sua própria vida e da sociedade a que pertence e; para ser criador o que implica ser capaz de fazer avançar o conhecimento, de forma a poder transformar ambiente.
Para chegarmos a esse Homem, a Educação assume um papel de relevância e a finalidade do conhecimento passa a ser colaborar na formação do educando na sua globalidade: consciência, carácter, cidadania.
            A Educação deve garantir os instrumentos para uma inserção participativa e transformadora na sociedade, o que significa o domínio da leitura e da escrita, o acesso de forma crítica ao conhecimento elaborado, a vivência de formas de participação e a construção de valores.
Deve ainda contribuir para a descoberta progressiva do outro; promover, ao longo da vida, a participação em projectos comuns, como sejam projectos de cooperação, no campo das diversas actividades, desportivas, culturais, sociais... contribuir para que a criança cresça e viva em liberdade, compreendendo-a, respeitando as suas vivências, a sua espontaneidade e, sobretudo, a liberdade de se manifestar como deseja, de pensar, de agir, de sonhar e de criar.
Assim sendo, penso que, todos juntos, pais, educadores, professores, sociedade em geral e o Estado em particular, devem caminhar, de mãos dadas, em busca deste desígnio educativo.


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