segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Crescer e aprender com os pais

“Prepara-te para o que quiseres ser." Este é, sem dúvida, um pensamento sábio! Quando aplicado às crianças e à sua vida familiar torna ainda mais importante!
Começar bem é importante, isto é, iniciar uma existência num clima de amor e afecto é fundamental para que a criança possa subir degrau a degrau a escada do seu crescimento.
Crescendo e aprendendo na sua relação com os pais e com todos os limites que vão sendo introduzidos, a criança vai, seguramente, construindo a sua autonomia.
A entrada na escola exige da criança uma certa autonomia, pressupondo que esta esteja preparada para se movimentar num novo meio, onde pensa e sente por si própria e ao mesmo tempo capaz de enfrentar situações por ela até então desconhecidas.
A entrada na escola, ou mesmo antes no jardim-de-infância e a adaptação da criança ao novo meio, depende sobretudo dos pais, isto é, da forma como vivem este momento. Tal como para a criança, também para os pais, esta etapa representa uma separação que será tanto mais suave quanto maior for a capacidade dos pais em (re) assegurarem a criança.
É o início de um longo processo que conduzirá a criança a ter uma vida própria, o que pode provocar nos pais sentimentos de ambivalência. Por um lado, felizes por verem um filho a crescer por outro, porque crescer pode ser o sinónimo de separação/perda, (se cresce, já não precisa de mim!).
         Esta fase assume também particular importância para os pais, na medida em que pode trazer-lhes de volta os problemas da sua própria infância, quando passaram por esta experiência, ou ainda de uma forma inconsciente, fazer emergir os seus desejos insatisfeitos e pretender que sejam os filhos a fazer tudo o que eles próprios deixaram por fazer, apropriando-se assim da sua infância, condicionando-a em vez de ajudar a que eles se tornem no que realmente querem ser.
No sentido de uma melhor compreensão, os pais também se colocam muitas vezes no lugar da criança, tentam perceber as coisas sob o seu ponto de vista, reportando-se até a situações semelhantes por eles vividas. A partir daí aceitam melhor as suas atitudes, fortalecendo cada vez mais os laços entre si. Os pais crescem com os filhos.
O papel desempenhado pelos pais, à entrada da criança na escola, está estritamente ligado a toda a relação construída e vivida até então. Se a relação foi boa, as experiências escolares vão dar continuidade à edificação de uma auto-imagem de boa qualidade. Se tem dentro de si o amor incondicional dos pais, a criança deseja agora fazer tudo bem, perfeito, sentir-se a “melhor”, elevando assim a sua auto-estima.
         Pelo contrário, uma criança que não viveu uma boa relação, que não tem o seu mundo interior povoado de coisas boas, se está só...e triste, será o sinal de que estes passos não foram verdadeiramente preenchidos. Esta criança está a despertar nos pais o sexto sentido, o pedido de ajuda.
         Pais: ajudem os vossos filhos a crescer; pais ajudem os vossos filhos a ser felizes; pais ajudem os vossos filhos a caminhar, mesmo que o caminho vos pareça difícil, não caminhem por eles mas… com eles!

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