domingo, 7 de novembro de 2010

Bebidas alcoólicas: tolerância zero

Há dias uma mãe, deveras aflita, contava-me que, em determinado restaurante e aquando da realização de festas de confraternização entre jovens com treze catorze anos se vendiam, sem qualquer constrangimento, bebidas alcoólicas a estas crianças. Denunciei. Mas não valeu de nada pois, e desta vez um pai, disse-me que tal prática continua. MAS É PROIBIDO. Pois é mas, provavelmente, o “crime compensa”. DENUNCIAREI.
A Organização Mundial de Saúde e tendo por base a sua estratégia para o plano “Saúde para todos em 2015” aponta para uma necessidade da diminuição do consumo de álcool a 6 litros per capita por ano para a população de 15 ou mais anos, bem como o de reduzir o consumo de álcool na população de 15 ou menos anos até ao limiar de 0%.
Por este andar nem no ano de 2050!
Ao contrário do que muitos acreditavam no passado, na fase de transição entre a infância e a vida adulta, o sistema nervoso central dos jovens ainda se encontra em desenvolvimento. Desta maneira, as suas vias neuronais podem-se tornar mais susceptíveis aos danos causados pelo álcool, levando ao comprometimento de várias funções. Num período repleto de mudanças físicas, psicológicas e sociais, sob os efeitos do álcool, os jovens ficam mais propensos a comportamentos de risco.
São vários os estudos que nos falam sobre os problemas das perturbações da saúde nas crianças e jovens pelo facto de ingerirem bebidas alcoólicas. Referem esses estudos o quão é preocupante o impacto do consumo de álcool no desenvolvimento cognitivo e psicossocial das crianças e jovens, contribuindo, acentuadamente, para as perturbações psiquiátricas e comprometimentos a nível da Saúde Mental, já que o álcool é considerado uma droga do tipo depressora, pois diminui a actividade cerebral. Por outro lado existe a probabilidade de virem a ter comportamentos desviantes e o consumo excessivo interfere com as fases normais do processo de desenvolvimento em curso.
A ingestão de álcool pode ter repercussões directas no sucesso escolar, já que o cérebro leva mais de uma semana para se recuperar do efeito do álcool, o que quer dizer que nos dias seguintes a pessoa vai ter dificuldades me memorizar e compreender conceitos.
Importa mostrar às crianças, desde a mais tenra idade, que as festas e as diversões não dependem do álcool, embora o possam incluir. Os pais devem explicar os efeitos da bebida em excesso e os problemas associados ao alcoolismo, pois falar com os filhos sobre os riscos de beber pode ajudá-los a crescer e desenvolver uma relação mais segura com o álcool.
E, muito importante: dar o exemplo.

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