quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A escola… “outro” mundo da criança

"A escola tem uma função essencial no crescimento. Crescer e aprender são, no fundo, dum ponto-de-vista psicológico, a mesma coisa. Não é possível aprender sem crescer e, talvez por isso, seja - para uma criança como para nós - tão difícil aprender." ( Sá, Eduardo )

Poderia começar esta conversa por… “era uma vez”.
“Era uma vez uma criança alegre e bem-disposta que, diariamente, corria que fosse verão ou inverno, estrada fora a caminho da escola…”, e continuaria: “ e assim se fez menino, e assim se fez homem”. Claro que também poderia escrever: “era uma vez uma criança triste e angustiada”, em vez de alegre e bem disposta!
A escola é sem dúvida um lugar privilegiado para que a criança aprenda. Ela própria mantém, em relação à escola, essa expectativa, o encontro com o conhecimento, o espaço capaz de lhe proporcionar a satisfação da sua curiosidade quase que inesgotável. Mas a escola é também separação e desconhecido e como separação cria conflito e como desconhecido suscita medo e curiosidade. Mas, acima de tudo, a escola é relação, relação com os outros, os companheiros professores, relação consigo mesma com as suas perguntas e as suas respostas, que a levam a pensar, a aprender e a crescer.
A escola não é (não deve ser) apenas a transmissão do conhecimento vazio de emoção e afecto, porque a criança valoriza o saber pela maneira como o pensa e o sente, assim a escola tem muito a ver com o gostar. Gostar de aprender, gostar de estar e de lá voltar, gostar de si e gostar dos outros.
Para caminhar neste novo espaço desconhecido que pode ser pleno de experiências, e não esqueçamos que primeiramente se aprende pela experiência e pela acção, mas que sempre se mistura a emoção, a criança terá como companheiros, primeiro o educador, depois o professor, capazes ou não de a compreender, de se dar e de se encontrar, para com ela aprender e assim poder ensinar. Disponíveis para entender cada aluno e encontrar a medida do seu crescimento, anterior e interior, dele partir para continuar a construir, a ajudar, a organizar e a facilitar o seu crescer, o seu aprender, entendendo que " querer aprender será sempre diferente de querer ser ensinado. Que aprender implica relacionarmo-nos em dois mundos - externo e interno -, retirando do primeiro coisas a estruturar num espaço mental, dando-lhe sentido na forma de pensamentos, misturá-los, modificá-los à luz das experiências emocionais e aplicá-los com significado e adequadamente a outras e novas situações criadas em cada um destes espaços ou na sua dependência." (Strecht,1995).
A escola enquanto espaço e sobretudo tempo, possui uma importante função que vai para além da função social e, por ser dinâmica e viva, deve ser capaz de propor a mudança não deixando de ser o lugar humano dos sonhos e das utopias que existem em cada aluno e… em cada um de nós.
A escola faz-se todos os dias com inteligência, com competência, com bondade e com firmeza, por parte de todos que dela fazem parte. Sem nenhuma excepção.

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