sábado, 22 de janeiro de 2011

A criança e a violência (I)

A violência de que hoje tanto se fala sempre existiu, quer a nível social quer a nível familiar. Em bom rigor não existem estudos rigorosos que nos permitam dizer, com algum grau de certeza, se tem vindo a aumentar ou a diminuir. O que se sabe é que há uma maior consciência do fenómeno e as situações são hoje mais conhecidas, deixando-nos a sensação de um mundo em constante violência.
A Humanização das sociedades tornou-nos menos tolerantes em relação à violência; os direitos das pessoas passaram a ter prioridade e a violência é hoje cada vez menos aceitável.
Não se conhecem todas as causas que estão na origem da violência, mas sabe-se que esta vitima, numa primeira fase os adultos, que não sendo capazes de a ultrapassar, a transferem para as crianças que se tornam vítimas em segundo grau.
A vertente sociológica valoriza as condições económicas, sociais e culturais, enquanto a vertente psicológica dá um especial relevo aos factores psicológicos e às características da personalidade dos pais.
Não há dúvida que a falta de afecto e de sentimentos de pertença a uma família, a necessidade de se sentir amado, a pobreza, o meio social desfavorecido, a falta de princípios orientadores, a desestruturação familiar e a forma como a sociedade está organizada, podem ser factores conducentes a actos de violência.
Para combater a violência, os pais e educadores devem transmitir às crianças o valor da vida humana, devem educar para a cidadania preparando as novas gerações para a resolução dos problemas através do diálogo e da argumentação.
As crianças e os jovens devem ver diminuída a violência que recai sobre si e devem poder gozar de ambientes tranquilos.
O espaço em que vivemos tem que ser mais apelativo. As escolas têm que ser mais agradáveis, nomeadamente os seus recreios onde as crianças e os jovens devem poder contar com animadores de “rua”, que oiçam as crianças, que as orientem no sentido de valorizar os seus tempos livres, orientando os seus impulsos agressivos para actividades agradáveis e saudáveis, dando-lhe oportunidade de crescimento, atendendo aos seus interesses superiores, à sua privacidade...

Sem comentários:

Enviar um comentário