segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sem Infância não há Humanidade

Sem infância não há humanidade. Quer isto dizer que o futuro depende do hoje. Se as crianças, grupo social com permanência na sociedade, com um espaço e um tempo próprios, com especificidades culturais, sociais, económicas as quais configuram dissemelhanças significativas entre elas, não tiverem uma infância com vivências repletas de oportunidades, de afectos, de condições que lhes proporcionem um desenvolvimento harmonioso, a humanidade viverá em insuficiência e a caminho do precipício, já que a infância marca a etapa da vida de qualquer indivíduo e determina a organização de qualquer sociedade.

Não obstante esta realidade a sociedade tem, ao longo dos séculos, e no início do século XXI não se notam alterações significativas, persistentemente, inviabilizado a infância, comprometendo o seu reconhecimento como grupo social com direitos.

Para que a criança se desenvolva bem, precisa de um ambiente afectivamente equilibrado, onde receba amor autêntico e onde lhe permita satisfazer as necessidades próprias da infância, como por exemplo: um ambiente familiar saudável, bons vínculos parentais, condições básicas em termos de habitação, saúde, alimentação, educação e lazer, estímulo constante da auto-estima e em que seja aceite como pessoa importante, com demonstrações de afecto, com respeito e amor, em que a educação transmita os valores e os princípios sociais de uma dada cultura. É na construção de um ambiente que satisfaça aquelas necessidades, que teremos que trabalhar ao nível da intervenção primária, secundária e terciária, com as famílias, com as entidades com competência em matéria de infância e juventude e com a comunidade em geral.

Importa trabalharmos no sentido de consciencializarmos os pais, por exemplo, de que responsabilidade educativa não pertence em primeiro lugar ao Estado e à Escola, mas a eles próprios pois, com tão bem nos disse João dos Santos, "ninguém recebe, de facto, educação fora da família que interiormente prossiga a formação de uma personalidade autêntica, equilibrada e valiosa, se, antes, não tiver recebido os alicerces através de uma experiência relacional de um amor instintivo, espontâneo e autêntico que só os pais são capazes de proporcionar".

Citando mais uma vez João dos Santos, diremos que importa garantir condições que permitam à criança nascer e crescer num ambiente familiar saudável que contribua para prevenir a tempo as perturbações psíquicas, as dificuldades de aprendizagem, a rejeição escolar e a violência infantil e juvenil, a violência em todas as idades, já que " todo o evoluir da criança, com todas as suas perturbações psíquicas ou emocionais têm origem na relação pais/criança".

Mais uma vez diremos: sem relação afectiva não há vida.

É que, como nos disse João dos Santos, “não deve ser esquecido que a função racional e emotiva do ser humano assenta no que lhe deu origem e lhe confere progressivo aperfeiçoamento e sentido: a relação, o afecto e o sonho”.(In-Relatório 1ºSemetre CPCJ Santarém)



Sem comentários:

Enviar um comentário